quinta-feira, 20 de junho de 2013

Crianças aprendem cidadania na tela do FAM


Nem o frio ou a chuva fina desta quinta-feira de protestos na Ilha foram suficientes para afastar os alunos do Centro de Integração Familiar (Ceifa) do cinema. Moradores da Caeira e Saco dos Limões, eles driblaram as dificuldades econômicas e foram conferir a Mostra Infantojuvenil do FAM em ônibus de linha. Jovens carentes de seis aos doze anos, moradores de uma região com problemas sociais como o tráfico de drogas e infra-estrutura precária, chegaram ao Centro de Eventos da UFSC, liderados pela professora Zeli de Azevedo.  “Muitos não possuem condições de pagar um cinema comercial, até porque o ambiente de shopping é excludente, é feito para os mais endinheirados”, diz a professora.

No FAM os jovens puderam assistir a algumas das melhores produções independentes, entre ficção e documentários. “Eu gostei do filme em que a menina gostou dele, mas ele viu que ela era muito nova e disse que ela tinha era que se divertir na infância”, disse Lohana, 11 anos. Ela veio acompanhada das irmãs Damarys, de 9 anos, Débora, de 8, e  da prima Lhauana, de 6 anos.  “Eu gostei do último filme, onde a mãe do menino descobre que tinha câncer, e no final ele vê que a mãe dele é a lua”, comentou Dayara, de 8 anos. 

Para Maria Emilia Azevedo, coordenadora da Mostra, os filmes deste ano tem o mérito de apresentar às crianças temas com intensidade nas abordagens, e que tem a ver com a realidade social brasileira e mundial.  “Isso ajuda muito na educação dos pequenos, pois eles estão aprendendo a ter opinião, a serem cidadãos com seus deveres, mas também com direitos”, complementa a professora Zeli.

No ambiente do FAM os pequenos exercitam essa cidadania que a educação propõe, dando entrevistas para a turma do making off, comendo a pipoca distribuída gratuitamente pela produção e comentando os temas abordados nos filmes. “Eles adoram dar entrevista e saber que estão sendo ouvidos, isso é muito importante também”, diz a professora.  A Ceifa do Saco dos Limões é mantida pela Igreja Plesbiteriana Betânia e atende 50 crianças carentes da região.

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