segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A magia do FAM, por Verónica Pamoukaghlián

Cerimônia de premiação do FAM 2013

Traduzimos uma postagem de Verónica Pamoukaghlián, produtora do curta Monstruo, de Carlos Morelli, em seu blog The Wander Life. Ela escreveu suas impressões enternecedoras sobre a vinda ao FAM para apresentar o filme - um "festival mágico", uma "jornada incrível" -, sobre Florianópolis e o Brasil. Confira:


"Meros dez dias atrás eu não estava aqui, em minha própria casa, fazendo as coisas de sempre com os amigos de sempre, eu estava vendo diferentes paisagens terrestres e marinhas, eu estava cercada de amigos próximos, embora eu tenha conhecido a maior parte deles apenas alguns dias antes, o tempo estava, de certa maneira, suspenso; eu estava no Brasil.

Festivais de cinema às vezes são mágicos, e este é o caso do FAM na ilha de Florianópolis, no sul do Brasil. Pessoas que vivem em ilhas costumam ser especiais, eles amam curtir a vida, eles amam estar na natureza e viver a vida ao máximo, e Florianópolis não é uma exceção à regra.

Eu havia estado nesta ilha antes, mas foi diferente. Estar de férias quando você é adolescente é diferente. Agora não foram férias, e ainda assim foi um deleite. Ver filmes, conhecer cineastas interessantes todos os dias, curtir a luz do sol e as lindas praias ao lado dos morros mais verdes do mundo, estar viva, esquecendo o mundano e focando em viver, isto é o que Florianópolis foi para mim.

FAM é um ótimo lugar para fazer conexões com as pessoas do cinema e potenciais parceiros num ambiente descontraído. É também um excelente lugar para exibir seu filme, porque o festival realmente é um ponto de promoção de cada filme que exibe. Eu não sou fã de festivais enormes onde tem 500 filmes, mas há pouca comunicação sobre cada um deles. FAM é o oposto disso. Nosso filme MONSTRUO (Dir. Carlos Morelli, 2012) teve muita atenção. Foi exibido para uma casa quase lotada, e a reação do público foi maravilhosa.


Eu não podia pedir mais, e então teve a noite da premiação, e veio mais. Foi uma felicidade receber os prêmios para pessoas tão maravilhosas como nossos atores Roberto Jones e Roberto Suárez e o nosso genial cineasta Diego Varela. De algum modo, o filme ter recebido esses prêmios para essas pessoas tão especiais foi mais recompensador para mim pessoalmente do que receber o prêmio de "melhor curta" ou algo parecido. Eu amo quando super talentos ganham reconhecimentos assim. Eu fiquei honrada de levar os prêmios para casa, para eles.

Qualquer coisa que eu faça, certamente vou tentar ir ao FAM novamente no próximo ano. Organizadores como a fantástica Nira e a Warlise eram um prazer de ver, como formiguinhas em volta, garantindo que tudo estivesse sem falhas e perfeito. Eu encontrei pessoalmente pela primeira vez pessoas com as quais tive contato durante muito tempo pela internet, e para coroar, eu encontrei minha amiga Caroline outra vez, quem eu conheci em Cuba em 2007, quando fomos colegas na Escola de Cinema EICTV.

E isso não foi tudo, enquanto eu estava no Brasil, recebi a melhor notícia de todas; notícias que eu esperava por um ano e meio. Tudo que posso dizer é que não vejo a hora de voltar ao Brasil; no Brasil, a vida é boa. Voando de volta para casa, eu me impressionava com a magnífica beleza do país maravilhoso e me senti abençoada por encontrar tantas dessas pessoas maravilhosas.

De todas as minhas experiências no Brasil, uma que marcou muito foi ver o filme A memória que me contam, de Lucia Murat. Eu fiquei tão mexida depois da exibição que não conseguia pronunciar uma palavra quando encontrei a cineasta. Um filme importante sobre o passado recente da América Latina para qualquer um que se importe.

Abaixo algumas fotografias dessa incrível jornada. Deus abençoe o Brasil e seu povo. Muito obrigada, FAM".

Link do texto original:
http://thewanderlife.com/fam-film-festival-magic-in-florianopolis/


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Aprendendo a pensar com o cinema



Os alunos da sexta série do Colégio de Aplicação aproveitaram a exibição da Mostra Infantojuvenil do FAM para discutir forma e conteúdo dos filmes em sala de aula. “Fizemos um debate e a turma deu um parecer sobre cada filme, com direito a análise técnica e a mensagem que cada um trazia, como questões étnicas, de classe, entre outras”, conta a professora de história Karen Rechia. Segundo ela, a mostra de filmes direcionados aos jovens  aliou a possibilidade de vir ao cinema para estabelecer uma posição crítica, não pacífica, a mensagem recebida. Os alunos também aproveitaram a vinda ao cinema para realizar uma enquete sobre o que o público do FAM achava das manifestações de rua, que sacudiram o país. “Foi importante realizarmos atividades como essa, que junto a uma análise técnica e de conteúdo de cada filme, ajuda a formar uma nova geração de espectadores críticos”, concluiu Karen Rechia. 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um longa uruguaio traz humor na tela do FAM


Tanta Água é o único longa uruguaio no Florianópolis Audiovisual Mercosul deste ano. O filme de Ana Guevara e Letícia Jorge chega com importantes prêmios no currículo. Melhor filme no Festival de Cinema de Berlim é um deles. Parece mesmo que elas souberam contar muito bem a história das férias de Alberto e seus filhos Lucia e Frederick nos banhos de Arapey, um balneário de águas termais na província de Salto. É um filme de humor e que promete fazer o público desta quinta rir muito.

Então se agende: começa às 21h, no auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina.


Último dia dos curtas

Sim, o FAM está chegando ao seu final e hoje acontece a última sessão da Mostra de Curtas do Mercosul desta edição. Mais uma vez os filmes serão exibidos no Auditório Garapuvu e o povo poderá votar nos seus preferidos. A votação do público é bem importante nesta mostra que é competitiva. São quatro filmes com histórias bem distintas. Conheça um pouco de cada um e assista os trailers.

¿Um Cigarro?, Fernando Coelho

Rodriguez, um funcionário de escritório, negocia a compra de maconha com um jovem traficante no terraço do prédio da empresa onde trabalha meia-hora antes de uma reunião. O chefe aparece e começa entre eles o jogo de tentar disfarçar de descobrir. O que Rodriguez não sabe é que o resultado desta situação pode ser bem mais desfavorável do que ele imagina.



Infrarregião, Jair Sanches Molina Jr.

Um idoso com escleroses diversas. Um ajudante servil e fiel. Vítimas de um apocalipse emocional, vivem num lugar sem nome, no limite de suas condições.






Quem Tem Medo de Cris Negão?, René Guerra
Cristiane Jordan, ou Cris Negão como era chamada, foi um travesti cafetina do centro de São Paulo conhecida por seus métodos violentos de controle das outras travestis. Odiada e temida por uma legião, ela também tinha seus fãs, até que tragicamente foi assassinada com dois tiros na cabeça. O filme é um mergulho no universo das travestis, a partir dessa figura lendária do submundo de São Paulo.

Lobo está, Hugo Curletto, Marcos Altamirano
No mundo impessoal das grandes cidades, Sol vive um romance com Maxi, um jovem sedutor que lhe propõe uma viagem para começar uma nova vida longe da família, amigos e do ambiente de que não se sente parte. Sol aceita a proposta. Quando os corpos se transformam e a questão humana começa a desaparecer, chegará a mudança que jamais imaginou.

Cultura africana e afrobrasileira nas Paralelas do FAM


Nesta quinta-feira, às 18h, sobe ao palco o grupo Mulheres Wambui (da língua Swahili, Cantadoras de Histórias) com o espetáculo “Cânticos Negros, Inspirações Ancestrais”.
Os artistas levam ao público trabalhos que, por meio da exploração de diferentes gêneros e vertentes da música negra, fazem reverência à sua cultura e a seus antepassados. O grupo busca por meio de apresentações públicas resgatar a consciência negra dentro de cada um e manter vivos conhecimentos culturais afrobrasileiros e africanos.

Este projeto foi idealizado e vem sendo coordenado pela musicista Roberta Lira. A ideia surgiu de sua pesquisa Músicas Negras, que teve início em 2009. Roberta trabalha principalmente com crianças, introduzindo a diversidade musical e aproximando-as de outras áreas do conhecimento.

O Vocal das Mulheres Wambui existe desde maio de 2012, e é formado atualmente por cinco integrantes, três vocais e dois instrumentistas. As Cantadoras de Histórias são as catarinenses Graça Pereira e Regina Oliveira e a paulista Lu Amaral. O percussionista Willian de Oliveira, por ser filho da cantora Regina, já cresceu em um ambiente musical. Por fim, o habilidoso Jefferson Nefferkturu, violonista, baixista e flautista caboverdiano, que é atualmente acadêmico da UFSC.

Não percam!


Crianças aprendem cidadania na tela do FAM


Nem o frio ou a chuva fina desta quinta-feira de protestos na Ilha foram suficientes para afastar os alunos do Centro de Integração Familiar (Ceifa) do cinema. Moradores da Caeira e Saco dos Limões, eles driblaram as dificuldades econômicas e foram conferir a Mostra Infantojuvenil do FAM em ônibus de linha. Jovens carentes de seis aos doze anos, moradores de uma região com problemas sociais como o tráfico de drogas e infra-estrutura precária, chegaram ao Centro de Eventos da UFSC, liderados pela professora Zeli de Azevedo.  “Muitos não possuem condições de pagar um cinema comercial, até porque o ambiente de shopping é excludente, é feito para os mais endinheirados”, diz a professora.

No FAM os jovens puderam assistir a algumas das melhores produções independentes, entre ficção e documentários. “Eu gostei do filme em que a menina gostou dele, mas ele viu que ela era muito nova e disse que ela tinha era que se divertir na infância”, disse Lohana, 11 anos. Ela veio acompanhada das irmãs Damarys, de 9 anos, Débora, de 8, e  da prima Lhauana, de 6 anos.  “Eu gostei do último filme, onde a mãe do menino descobre que tinha câncer, e no final ele vê que a mãe dele é a lua”, comentou Dayara, de 8 anos. 

Para Maria Emilia Azevedo, coordenadora da Mostra, os filmes deste ano tem o mérito de apresentar às crianças temas com intensidade nas abordagens, e que tem a ver com a realidade social brasileira e mundial.  “Isso ajuda muito na educação dos pequenos, pois eles estão aprendendo a ter opinião, a serem cidadãos com seus deveres, mas também com direitos”, complementa a professora Zeli.

No ambiente do FAM os pequenos exercitam essa cidadania que a educação propõe, dando entrevistas para a turma do making off, comendo a pipoca distribuída gratuitamente pela produção e comentando os temas abordados nos filmes. “Eles adoram dar entrevista e saber que estão sendo ouvidos, isso é muito importante também”, diz a professora.  A Ceifa do Saco dos Limões é mantida pela Igreja Plesbiteriana Betânia e atende 50 crianças carentes da região.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Estrear no FAM


“Não importa a época que eu termine um filme, fica na lata até abrir a seleção do FAM. Agradeço por estrear aqui”, disse o diretor Marco Stroisch, do curta catarinense Desencanto, vencedor do Edital Catarinense de Cinema, lançado nesta quarta na Mostra de Curtas, com a presença da equipe no palco.

Ele falou isso também para nossa equipe de comunicação e outra cositas! Espia o vídeo:



Você tem mais um dia para curtir o cinema venezuelano no FAM

Nesta quinta mais quatro filmes serão exibidos na Mostra Outros Olhares. São filmes que mostram a produção venezuelana e provocam a troca de cultura entre esses dois países que fazem parte do Mercosul. Os filmes começam às 14h30, no auditório da Reitoria aqui na UFSC.

Confira os filmes de amanhã:

La Noche Anuncia La Aurora, Gerard Uzcátegui
Uma mulher constrói seu lar sobre palafitas no delta do rio Catatumbo. Diante da morte de seu marido, navega no rios da solidão. Convive com seus pensamentos, seus sonhos, seus medos, seus desejos, sua memória... convive com ela mesma. Até que um bom dia se decide pelo desconhecido, tecendo assim uma intrincada realidade, que nos submerge por um breve instante no mundo interno daquele ser misterioso...


Hija de Puta, Alexandra Bas

'Hija de puta' nos submerge em um dia de Andrea, uma garota de sete anos cuja mãe é uma prostituta. Andrea viveu seus poucos anos em uma rotina de dona de casa, cuidando de seu irmãozinho de noite, enquanto sua mãe sai para trabalhar; imersa em um mundo de mulheres que falam dos homens como mercadoria e contam suas desilusões e desgraças. Até que aparece Daniel, esse homem desconhecido e estranho que diz ser seu pai e que vem com toda a convicção de um sapo que se transforma em príncipe para melhorar sua vida.

Nostalgia, Gustavo Rondón Córdova

Tomás, um homem com seus trinta anos, que cuida de uma terra no campo distante, acompanhado de seu pequeno filho Alberto, enterra sua esposa após uma morte repentina. É a primeira noite sozinho para Tomás. Senta-se no pátio da casa, embebeda-se e chora. Na manhã seguinte é despertado por Alberto e sua fome. Com o desconcerto da novidade, o pai usa o instinto para cuidar de seu filho. Mas a tristeza ronda na solidão de sua casa. Uma noite, Tomás adormece para evitá-la. Outra, começa a beber. Afogado pelo que sente, com o álcool e a ansiedade no corpo, decide que quer estar com sua esposa.


La Mula Muerta, Rafael Velásquez
Beatriz é uma jovem alegre envolvida em uma relação amorosa com seu chefe, Nicolás, e quer levá-lo a uma relação mais comprometida. Em paralelo, Laura, esposa de Nicolás, contratou uma pessoa para que os siga e faça fotos comprometedoras. Quando Laura se apresenta na casa de Beatriz com estas fotos, obriga Beatriz a lhe entregar tudo o que Nicolás esteja lhe dando. Ao final, ao mesmo tempo em que Laura sai do apartamento de Beatriz, Nicolás sai do quarto, tendo escutado o que aconteceu entre as duas. A decisão fica nas mãos de Beatriz: continuar a relação com Nicolás ou acreditar nas palavras de Laura e reconhecer que vive em uma fantasia amorosa sem futuro.

Hoje tem Fernanda Montenegro na tela do FAM

Zulmira foi o primeiro personagem da atriz Fernanda Montenegro no cinema, no filme “A Falecida”. Numa continuidade mesclada com a inspiração musical de Noel Rosa com sua música O X do Problema, Zulmira volta no curta “A Dama de Estácio”. Ela agora é uma velha prostituta obcecada com a ideia que vai morrer. Criou-se assim uma continuação e o primeiro filme do diretor Eduardo Ades. Além de Fernanda, o filme traz outros nomes de peso como Nelson Xavier e Joel Barcellos.

O convite
Ades logo pensou em Fernanda para fazer esse filme. Tentou entrar em contato de diversas formas e não conseguiu. Num determinado dia ao participar de um festival ele encontrou a atriz nos corredores, fez o convite e recebeu a seguinte resposta: faço o filme, mas só posso daqui um ano e meio. Esse foi o tempo necessário para arrecadar a verba necessária para o projeto. 

Os outros curtas de hoje:

Desencanto, Marco Stroisch
Esse é mais um curta catarinense na mostra. Numa freguesia de pescadores, diz-se à boca pequena que Dona Olívia é bruxa. Joaquim, o marido, enlouquece ao achar que ela transformou sua amante numa perereca. Enquanto não consegue rever a situação, ele passa a tratar o pequeno anfíbio como só um homem apaixonado é capaz.

Puntos, Patrícia Gualpa
Puntos é uma janela. Uma série de entrevistas animadas que tem como tema central a diversidade, procura explicar a validade e variedade dos pontos de vistas.

Califa 33, Yanko Del Pino
São 25 minutos de duração para contar a história de Califa 33, “um repórter policial que retirava a notícia do esgoto. Às vezes a embelezava, às vezes a contava nua e cruamente”, Ali Chaim.

Hoje a tarefa de fazer música é da Banda de Pífanos da Armação


Aquela trilha sonora antes da Mostra de Curtas e do longa será feita hoje pela Banda de Pífanos da Armação. O grupo transforma o bambu em instrumento musical. Inclusive a técnica é repassada em oficinas para o público em geral. O grupo acredita que ao construir instrumentos estão construindo arte. E assim aprendendo a ouvir outras pessoas, afinando sentimentos e crescendo num ritmo harmônico e comunitário.

Ficou curioso? Os ensaios do grupo acontecem às quartas, a partir das 17h30 as 19h na Costa de Cima. O endereço é Estrada Rosália Paulina Ferreira, 1897 – Armação do Pântano do Sul – Florianópolis.


A apresentação no FAM começa às 18h.

A história de um brasileiro argentinizado no DOC-FAM de hoje


Moacir avisa: parece que sou meio louco, mas sei o que estou fazendo. E foi no hospital neuropsiquiátrico Borba que o cineasta Tomás Ligpot o conheceu. Moacir ficou por lá durante dez anos com o diagnóstico de esquizofrenia paranóide e lá mesmo ouviu a promessa que teria um documentário se gravasse seu CD. Aos 69 anos ele gravou seu primeiro álbum com 12 músicas.
Moacir é um brasileiro que foi para Buenos Aires fugir dos problemas da vida. Virou celebridade por lá e agora sua vida é o tema do documentário de hoje da Mostra DOC-FAM. A sessão é às 16h, no auditório da Reitoria. 
Confira o trailer:

O primeiro filme de Vinícius

Texto e fotos por: Marlon Aseff


Às vésperas de completar três anos de idade, Vinícius Takenaka Silva conheceu o cinema. Veio na Mostra Infantojuvenil do FAM pelas mãos da avó, a professora aposentada Albertina Dutra Silva. Ficou empolgado com o filme do caranguejo e até bateu palmas no final, mas o que o marcou mesmo foi a cena em que uma casca de banana é encontrada  dentro de um peixe, denunciando a poluição dos mares. “O lixo tava dentro do peixe”, diz Vinícius, com a carinha de reprovação de quem começa a entender dos problemas do mundo. “Para trazê-lo ao cinema eu disse que iríamos procurar um gatinho que estava no muro lá de casa e fugiu, e não é que o gatinho apareceu mesmo em um filme que passou hoje? Ele adorou encontrar o bichinho aqui”, conta a avó.

Assim como Vinícius, centenas de outros pequenos espectadores começam a gostar de arte e pensar o mundo a partir das mostras do FAM, que apresentam filmes relacionados à infância não só do Brasil, mas de países de toda a América Latina. “É incrível como eles pensam a maneira como o filme foi realizado, que tipo de programa de computador foi usado, e se envolvem completamente”,  conta a professora Regiane Aparecida Gonzalez, que trouxe para o FAM  uma turma de 20 alunos, de 11 a 15 anos, da Escola Municipal José do Valle Pereira, no bairro João Paulo.


Para as professoras de artes visuais, Juliete Schneider, Lisley Teixeira, Débora Gaspar e Patrícia Martins, do Colégio de Aplicação, a Mostra Infantojuvenil  amplia significativamente o repertório de educação para as crianças. “É um evento que dá condições de acesso a cultura e inclui outras linguagens , o que é muito importante”, diz Débora Gaspar. Para as educadoras, a Mostra ainda possui o mérito de criar público para diversas artes correlatas ao cinema, como teatro e artes plásticas, além de proporcionar outras inúmeras percepções. “A turma da quarta série já espera todos os anos a hora de vir ao cinema”, assegura a professora Lisley.  O hábito de trazer os pequenos ao cinema infantil do FAM, todos os anos,  já consolidou um novo público interessado em arte. “É muito legal poder encontrar vários ex-alunos do colégio nas projeções da Mostra Adulta”,  diz Patrícia Martins, com o indisfarçável orgulho de quem participou da formação intelectual dos novos cinéfilos.

Programação:
As sessões acontecem no auditório Garapuvu em dois horários: 9h30 e 15h. Elas são gratuitas e abertas ao público. Se você é professor e quer agendar a vinda de uma turma entre em contato no telefone: 9902-3378. Ou pelo e-mail projetoscinematograficos@gmail.com

Mais um dia da Mostra Catarinense no FAM

Hoje, a partir das 17h30, os filmes catarinenses vão ocupar a tela do auditório Garapuvu no Centro de Cultura e Eventos da UFSC. Será o segundo dia de exibição da Mostra Catarinense. Serão quatro filmes, aqui estão eles:

Vento Sul, Renan Cabral Fontana
Uma velha se joga do penhasco e vê a vida passar diante de seus olhos. De um parto macabro até o conflito com a comunidade na vida adulta, ela faz uma revisão irônica de sua vida como bruxa ilhoa.


Outono, Ademir Damasco
O documentário mostra algumas histórias e atividades contadas por moradores de Florianópolis. O contraste das regiões mais pacatas e simples com a região central com a multidão de pessoas que vieram de outros lugares.


Boa Viagem, Daniel Medeiros
Duas pessoas conversam sobre assuntos aleatórios, mas aos poucos a verdade em relação aos dois se revela.  


 Ausência, Jardel Tambani
Um documentário autobiográfico que conta a história do próprio diretor Jardel. Ele retorna a sua cidade natal, no interior de Santa Catarina para resgatar a história de sua própria paternidade e a perde do pai.


terça-feira, 18 de junho de 2013

Ensinando o caminho das pedras

Não é só de filmes e música que o FAM é feito. Nesta quarta-feira (19), entre as 14h e às 18h, consultores estarão num estande do Centro de Cultura e Eventos da UFSC orientado os interessados na elaboração e inscrição de projetos culturais.
Especialistas da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes ensinarão o caminho das pedras sobre a Lei Municipal de Incentivo à Cultura, enquanto consultores da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina detalharão o Seitec (Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, ao Turismo e ao Esporte).
Os interessados estão convidados. 
A consultoria é gratuita.




Venezuela na tela do FAM

Os olhares se voltam para o cinema venezuelano amanhã e quinta na mostra Outros Olhares.  O convite foi feito ano passado quando Marilha Naccari, integrante da coordenação do Florianópolis Audiovisual Mercosul, esteve em Caracas participando do Festival Internacional de Documentários. Foi firmado, a partir de então, acordo com a ANAC - Asociación Nacional de Autores Cinematográficos daquele país para trazer uma mostra para o FAM. “ Durante a Mostra, pude conhecer bem os documentários feitos na Venezuela. Eles têm uma qualidade técnica muito boa e duas coisas me chamaram a atenção: a vontade de contar uma história global, não se restringindo ao seu país; e uma forma de documentar que envolve a narrativa da reportagem com a arte” – explica Marilha.
Os filmes do primeiro dia
Serão cinco filmes nesta quarta. Quatro na mostra às 14h30, no auditório da Reitoria.


D, Rafael Velásquez
Uma caneta-tinteiro dorme nessa mesa até que um trovão a acorda. A animação começa e uma guerra de letras começa. 


El Silbón, David Cabrera
O Coronel Morillo e seu filho transitam na densa noite da chuvosa savana. A torrente os impede de continuar e aguardam em um bar do caminho. Rómulo, um ancião dono do lugar, recebe-os enquanto lembra que o homem parado em sua frente foi quem desgraçou sua vida. Para preparar sua vingança, propõe contar um conto do campo e ganhar tempo. Ao terminar, Rómulo trata de consumar a desforra, mas não consegue. Pablo Morillo e seu filho escapam e situações inesperadas provocarão o retorno de El Silbón.
Aida, Evans Briceño
Uma velha mulher, incapacitada por um acidente, chega ao final do percurso de sua vida. Pedro, quem pacientemente cuidou dela durante anos, está imerso em sua frustação. Aída, uma histórica acerca do sentido da vida além de todo propósito.

Alberto´s, Pedro Mercado
Alberto, um barbeiro de 70 anos de idade, só atende homens em sua humilde barbearia que alguma vez fora exitosa. A carência de clientes e a monotonia com que o Alberto precise renovar o espaço e contratar um cabeleireiro. A loja passa, rapidamente, de barbearia sem sucesso a salão de beleza cheio de mulheres desejosas de serem atendidas pelo novo cabeleireiro. Agora Alberto, deslocado, está com saudades de seu antigo sossego.

O longa também será da Venezuela
La Niña de Maracaibo é mais um filme de Miguel Curiel e traz um pouco de polêmica ao desvendar alguns segredos da etnia Wayuus. No filme Alatriste, um detetive europeu que por circunstâncias de seu passado chega a estas terras, e deve enfrentar o fato de que o Rey Wayuu transgrediu as regras e se apaixonou por uma branca Maracucha, então o universo de certezas que estruturam a vida do detetive se parte em mil pedaços sob a égide de mais jovem filha do rei Wayuu.
Assista o trailer:

Cores em preto e branco


O longa de hoje se chama Cores, mas desenvolve sua história em preto e branco. Três jovens com seus 30 e poucos anos representam uma geração que não deslanchou junto com a economia do país. A estagnação é tanta que em um momento ela é comparada com a velocidade de uma tartaruga. Luca é um tatuador, Luis um Motoboy e namora a Luara, uma atendente de loja. Os personagens foram inspirados na vida do próprio diretor e de seus amigos. Francisco Garcia, com 33 anos, contou isso em uma reportagem para a Folha de São Paulo. Falando em amizade, ele e o produtor do filme André Gevard se conheceram na faculdade e hoje são sócios na Kinoosfera Filmes.

A Mostra de Longas é no Auditório Garapuvu, às 21h. É de graça!

Assista ao trailer:

Curta catarinense na sessão da Mostra desta terça


A história de um adolescente nascido em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no oeste de SC é o tema do curta catarinense Sem Perder a Ternura. O filme de Márcia Paraíso e Ralf Tambke é um dos que serão exibidos na sessão da Mostra de Curtas Mercosul de hoje. Filmado em Aberlado Luz, ele revela que a luta do movimento vai além da luta pela terra e que sua trajetória é um exemplo de conquista. Confira o making off: 


Outros curtas de hoje

Menino Peixe, Eva Randolph
Uma menina escuta sua mãe dizer: Seu irmão é um peixe, antes de sermos gente, nós somos peixes. Foi o suficiente O comentário da mãe foi o suficiente para a menina imaginar muitas coisas. E também sonhar que o menino peixe vai levar sua mãe para o fundo do mar.

9 Vacunas, Iair Said
Eis aqui uma forma inusitada de conhecer alguém. É verão em Buenos Aires e Diego foi mordido por um cão. O médico exige nove vacinas contra a raiva. Na ida até o hospital para tomar suas doses ele conhece Melina, que foi mordida por um gato. Olha o trailer:


Sexta Série, Cecília da Fonte
Clarice é uma estudante da sexta série. E o curta mostra seu dia. 

Novos desafios para a televisão pública na Argentina

Por Marlon Aseff

A diferença entre a tevê pública e a privada pode ser observada na maneira como o telespectador é tratado. Se na televisão comercial o receptor é transformado em objeto de consumo, um número nas pesquisas de audiência, o desafio da tevê pública é transformá-lo em um sujeito ativo, um cidadão. A avaliação é de Eva Piwowarski, ex-secretária técnica da Recam (Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul) e diretora do Programa Mercosul Audiovisual da União Europeia, que falou na tarde de ontem durante o Fórum Audiovisual Mercosul.


O evento abordou o tema “TV Pública do Mercosul na emergência das linguagens digitais”, onde foram debatidos alternativas para a democratização da programação de qualidade e os usos de novas tecnologias a serviço do grande público. De acordo com Eva, a Argentina sempre se viu, e viu a América Latina, através de um espelho distorcido. “Temos quatro ou cinco grandes redes de televisão situadas em um bairro de elite de Buenos Aires, que é Palermo, e que concentram grande parte da escala produtiva audiovisual do país, e junto com isso a construção de um discurso do que somos enquanto nação”, disse. Segundo ela, a nova lei de meios, aprovada na Argentina em 2009, pode ser considerada a mãe de todas as batalhas, porque quebra monopólios e dá início a uma nova construção de conteúdos sociais, para que o povo argentino se reconheça em sua totalidade.

Um passo adiante nesse sentido foi a criação do programa “Polos Audiovisuales Tecnologicos”, que busca fortalecer a produção nacional de conteúdos para a TV digital, promovendo a diminuição das assimetrias entre as regiões do país. “Temos que saber fazer televisão, e para isso buscamos capacitar as universidades regionais, formar cooperativas de produtores e desenvolver sistemas produtivos”, ensina Eva Piwowarski. O novo direcionamento governamental para os meios de comunicação estatais e públicos na Argentina, segundo ela, busca um conteúdo próprio, com protagonismo popular e um discurso descentralizado. “Nos acostumamos a ver a nação e a América Latina a partir de um espelho distorcido por hollywood, e depois por um espelho das televisões comerciais. Agora chegou a hora de nos conhecermos melhor”, avaliou.  

A música paulistana dos anos 80 mostrada

 

O documentário de hoje na Mostra DOC-FAM fala sobre a famosa "Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista". Em seus 97 minutos o filme conta a história do Teatro Lira Paulistana através do depoimento de seus principais protagonistas: o sócio Itamar Assumpção, Grupo Rumo, Premeditando o Beque, Titãs, Cólera, Inocentes e outros grandes nomes.

Aqui nesses dois vídeos você vai poder ver um pouco do trabalho feito e também o que o diretor Riba de Castro acha da sua participação no FAM. Assista:





FAM promove palestra sobre O Som no Cinema

A palestra de hoje no FAM (O Som no Cinema) acontecerá na Sala Laranjeira, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, às 17h, e terá três especialistas na mesa: Leo Gomes, Cesar Carvalho e Guy Wenger (foto).
Diretor inglês, Guy comanda a Cool Tunes, empresa parceira no FAM pela primeira vez e estará oferecendo ao melhor curta catarinense, escolhido pelo júri oficial, o apoio por meio do prêmio de sonorização.
Antes de sua trajetória pelo Brasil, a Cool Tunes estava localizada em Barcelona, Espanha, onde permaneceu por 20 anos. O estúdio no Centro Empresarial Corporate Park, em Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis, é especializado em mixagem 5.1, além de gravação, masterização, design de som e restauração de áudio. A produtora de áudio também trabalha com criação e pós-produção de música e áudio para cinema, documentários, televisão, publicidade e artistas.

A Cool Tunes já trabalhou em produções como “Paintball”, dirigido por Daniel Benmayor, “Sultões do Sul”, de Alejandro Lozano, e a comédia de Laura Mañá, “La Vida Comienza Hoy”, entre outros filmes.