quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mostra Cinédia 80 anos


Uma das primeiras produtoras cinematográficas do país e pioneira na industrialização do setor, a Cinédia completa oito décadas de fundação este ano. Para celebrar a trajetória deste patrimônio do cinema e da cultura brasileira, o FAM2010 realiza a Mostra Comemorativa Cinédia 80 anos. Alice Gonzaga, diretora da companhia, estará presente na homenagem.

A mostra vai exibir três dos maiores sucessos de bilheteria da Cinédia e do cinema brasileiro, O Ébrio, O Samba da Vida e 24 Horas de Sonho, com cópias restauradas e recuperadas pela produtora.

Fundada em 15 de março de 1930 no Rio de Janeiro pelo jornalista Adhemar Gonzaga, até 1952 a Cinédia realizou mais de 700 produções de curta duração e 55 longas, numa época em que a produção cinematográfica dependia totalmente da iniciativa privada. Desde 1970, a companhia é dirigida pela filha de Adhemar, Alice Gonzaga, produtora e escritora, que nos últimos 15 anos se dedica à restauração dos filmes.

Já foram restaurados 17 filmes dos 40 que existem no acervo, como Alô, Alô Carnaval (1936) de Adhemar Gonzaga. Um incêndio em 1957 destruiu parte do acervo, e dos outros filmes restam apenas fotos. Pelo esforço de restauração, Alice recebeu prêmios e homenagens, entre eles da Academia Brasileira de Cinema, que será entregue em julho. A restauração de outros sete filmes está sendo finalizada, com apoio da Petrobras.

No auge e até meados dos anos 50, a produtora consagrou artistas como Grande Otelo, Oscarito, Carmen Miranda, Dercy Gonçalves, Paulo Gracindo e Anselmo Duarte, e diretores como Humberto Mauro. Nos anos 60 realizou co-produções e nas duas décadas seguintes locou seu estúdio e equipamentos para a televisão e publicidade.

Com recursos próprios Adhemar Gonzaga modernizou a produção brasileira, e trouxe inovações utilizadas por Hollywood, sem a pretensão de fazer uma réplica e sim retratar o Brasil e sua cultura na primeira metade do século 20.

A mostra

A Mostra Cinédia 80 anos vai exibir um filme por dia. Começa com o grande clássico melodramático O Ébrio, de 1946, escrito e dirigido por Gilda de Abreu. O ator Vicente Celestino (marido de Gilda) é um médico de prestígio que perde o rumo quando a esposa o trai com outro homem e o abandona. Um dos grandes sucessos populares do cinema brasileiro, teve 8 milhões de espectadores e foi o filme que teve mais cópias no país, em torno de 500.

Em O Samba da Vida, um ladrão e seus cúmplices entram numa mansão para roubar e descobrem que está vazia. Resolvem se apossar da casa, até que um visitante chega e uma série confusões começa.

24 horas de sonho, de 1941, de Chianca de Garcia, é uma comédia protagonizada pela atriz Dulcina de Moraes. Ela quer morrer e decide que vai passar seus últimos dias num hotel luxuoso, fingindo ser uma baronesa.

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