José Huerta, documentarista francês, chegou na sexta-feira em Florianópolis e participa da exibição de seu filme Uma Semana em Parajuru, na segunda-feira, às 14h30, no Centro Sócio-Econômico, na UFSC. Polêmico, o documentário trata das transformações ocorridas por investimentos de um grupo austríaco em uma aldeia de pescadores do Nordeste Brasileiro.
O filme foi exibido recentemente na França e em Parajuru - a aldeia de pescadores localizada no litoral cearense, a 120 km de Fortaleza. Huerta diz que para a exibição brasileira convidou os moradores da comunidade, a elite local e os austríacos, que estão implementando o projeto na região. O resultado foi uma grande indignação dos investidores, que registraram um boletim de ocorrência na polícia local e impetraram uma ação solicitando a suspensão da exibição do filme com o argumento de que as imagens não teriam sido autorizadas.
Huerta considera o projeto do grupo austríaco uma ação cruel de devastação ambiental e de apropriação de terras da comunidade nativa para construção de um hotel e de um resort. A ação do grupo estrangeiro é travestida, diz o diretor, por um projeto educacional e social, mas o que ocorre na prática é um regime de escravidão.
Um dos personagens fundamentais do filme é o presidente da associação de pescadores, Chico Mariano, que teme os efeitos do desenvolvimento econômico sobre a população local, propagando na comunidade o uso de drogas e o turismo sexual.
José Huerta nasceu na Espanha, mas foi criado na França, onde trabalha. Há 20 anos, mantém uma relação de proximidade com o Brasil e já rodou documentários na Ásia e na África, sempre trabalhando com uma temática principal, que envolve os direitos humanos e a valorização da cultura popular.
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