Nem o frio ou a chuva fina desta quinta-feira de protestos na Ilha foram suficientes para afastar os alunos do Centro de Integração Familiar (Ceifa) do cinema. Moradores da Caeira e Saco dos Limões, eles driblaram as dificuldades econômicas e foram conferir a Mostra Infantojuvenil do FAM em ônibus de linha. Jovens carentes de seis aos doze anos, moradores de uma região com problemas sociais como o tráfico de drogas e infra-estrutura precária, chegaram ao Centro de Eventos da UFSC, liderados pela professora Zeli de Azevedo. “Muitos não possuem condições de pagar um cinema comercial, até porque o ambiente de shopping é excludente, é feito para os mais endinheirados”, diz a professora.
No FAM os jovens puderam assistir a algumas das melhores produções independentes, entre ficção e documentários. “Eu gostei do filme em que a menina gostou dele, mas ele viu que ela era muito nova e disse que ela tinha era que se divertir na infância”, disse Lohana, 11 anos. Ela veio acompanhada das irmãs Damarys, de 9 anos, Débora, de 8, e da prima Lhauana, de 6 anos. “Eu gostei do último filme, onde a mãe do menino descobre que tinha câncer, e no final ele vê que a mãe dele é a lua”, comentou Dayara, de 8 anos.
Para Maria Emilia Azevedo, coordenadora da Mostra, os filmes
deste ano tem o mérito de apresentar às crianças temas com intensidade nas
abordagens, e que tem a ver com a realidade social brasileira e mundial. “Isso ajuda muito na educação dos pequenos,
pois eles estão aprendendo a ter opinião, a serem cidadãos com seus deveres,
mas também com direitos”, complementa a professora Zeli.
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