A décima segunda edição do Florianópolis Audiovisual Mercosul, o FAM 2008, superou todas as marcas anteriores de público e de exibições, com uma grade de 20 curtas-metragens, nove produções destinadas à Mostra Infanto-Juvenil e 47 vídeos do Mercosul nas mostras competitivas. Além de nove longas-metragens convidados, 18 sessões Extra-FAM e, pela primeira vez na capital catarinense, uma dezena de títulos da cinematografia finlandesa.
A agenda do FAM 2008 contemplou ainda homenagens especiais, a velhos amigos do festival, de âmbito local e nacional, capazes de emocionar os convidados e a platéia. Os eleitos desta temporada foram Roberto Farias, diretor e produtor do eixo Rio - São Paulo, Julia Lemmertz, atriz conhecida no cinema e na televisão, e os catarinenses Gilberto Gerlach, diretor do cinema do CIC e dono do Cine York São José, e Ieda Beck, querida produtora falecida em março deste ano. As cerimônias foram realizadas no palco do Teatro Ademir Rosa, sempre acompanhadas de um vídeo-homenagem.
A mostra de longas alcançou tanto sucesso que, em várias noites, o Teatro Ademir Rosa não foi suficiente para comportar a quantidade de pessoas dispostas a acompanhar o cinema latino. Todas as sessões contaram com alguma personalidade do filme, diretor, produtor ou atores, que subiam ao palco para conversar com a platéia. A produção catarinense Doce de Côco, de Penna Filho, lançada oficialmente no FAM, e Matar a Todos, de Estéban Schroeder, receberam sessões extras durante a manhã para comportar o público ansioso.
Antes da homenagem a Ieda Beck, na quarta-feira, o FAM abriu as portas do teatro do CIC para a assinatura do termo de compromisso do Prêmio Edital Cinemateca Catarinense – Fundação Catarinense de Cultura, pela segunda vez lançado no festival. Segundo o novo edital, o montante deste ano corresponde a 1,9 milhão de reais, distribuídos para produções inéditas em solo catarinense. O longa Doce de Côco, de Penna Filho, e o curta Desilusão, de Bob Barbosa e Marco Stroisch, apresentados nesta temporada, foram financiados com recursos públicos provenientes deste mesmo Edital.
Fora das salas de exibição, o FAM 2008 construiu também um cenário de discussão e debate, com a aposta no Fórum Audiovisual Mercosul. Os encontros reuniram diversos profissionais do ramo, entre pesquisadores, exibidores e produtores, de nações vizinhas e visitantes do velho continente, e foram transmitidos em tempo real pela internet, numa parceria com o Laboratório de Educação a Distância, da UFSC, que ainda disponibilizou na biblioteca online os vídeos dos painéis dos fóruns já realizados. As discussões abordaram temas específicos, como produção, distribuição e realização de filmes, destacando sempre as relações entre os países do Mercosul, além de assuntos mais gerais, ligados ao audiovisual, como o papel das TVs públicas e a cooperação entre os mercados latino-americanos.
Idealizador do evento, Antônio Celso dos Santos analisa o sucesso: "O FAM acabou se tornando uma referência nacional e internacional, já que o público freqüentador tem a oportunidade de assistir, ano após ano, a uma programação diferenciada, de qualidade, repleta de filmes não hegemônicos". Com o desejo de colocar Florianópolis na rota dos festivais de cinema do país, o FAM nasceu em 1997, como uma iniciativa da produtora Panvision. Após a solidificação do encontro, hoje amplamente divulgado, a produtora conquistou o reconhecimento do público e da classe pelo trabalho de difusão cultural das diversas cinematografias do Brasil e do Mercosul.
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